quarta-feira, 4 de julho de 2007

contemporâneo. ou oração. qualquer coisa.

divina comédia de torturas com sorrisos disfarçados.
mãos que tapam lágrimas. e se apertam num esforço sem destino.
corpos que andam e param andam e param e procuram e param e escondem e andam e param e estancam.
não sei.

(partiu o pão. mas não o comeu. guardou-o. soube que precisaria dele)

divina comedia de seres emancipados a orquestra de deus.
olhos no céu. mãos ao alto. rezam. peregrinos e pernas que param. pararam.
no princípio era o verbo. e o verbo era deus. pois então.

múltipla escolha de palavras. livre leitura. e não leitura.
livre livre livre livre.

(grita ao céu. não rezes. Livra-te.)

ámen.

1 comentário:

Natália Nunes disse...

Adoro textos q terminam com amen.
E essa coisa do partir o pão me lembrou a última frase do conto "A Repartição dos Pães", de Clarice Lispector:

"Pão é amor entre estranhos".